17 de julho de 2013

SANTOANTONIESES cuidado com o inseto desta época "O Potó"



O nome científico do meliante é paederus irritans, um inseto da Ordem Coleoptera, família Staphylinidae, que inclui besouros e escaravelhos. Porém, este indivíduo se difere muito dos membros da família, por seu corpo lembrar mais uma formiga que um besouro. Seu tom rubro-negro, tão admirado dentro de campo, desperta o temor dentro de residências (meus pêsames às torcidas adversárias).

Além de se locomover de modo ameaçador - rápido como uma saúva e com a ponta da "calda" levantada, feito um escorpião - o bicho ainda voa! Mas o que faz do potó o Bin Laden dos insetos é a sua famosa "mijada".


Bem conhecido no Norte e Nordeste, o meliante mede cerca de 0,5cm (em média) e costuma aprontar enquanto suas vítimas dormem. É nessa hora que ele resolve passear por cima delas à procura de um lugar quentinho ou atraídos pela cor branca do lençol. Sim, leitores, o branco atrai o potó. Segundo especialistas, o ideal seria utilizar lâmpadas de luz amarela para afugentá-los, como as incandescentes, além de roupas de cor escura. Outra boa dica é deixar uma fluorescente acesa em algum cômodo distante do dormitório, para "distraí-los". E o velho (porém insubstituível) mosquiteiro não deve ser esquecido, principalmente para proteger o sono das crianças.
A "mijada" do potó é o seu mecanismo de defesa. Ao se sentir ameaçado, como, por exemplo, ao ficar preso entre o pescoço da vítima e o travesseiro, o bicho elimina uma toxina denominada pederina, de propriedades cáusticas, que provoca a necrose cutânea da área atingida. Data de 1912 o primeiro registro sobre suas consequências, feito por Piraja da Silva: "O contacto com esses insetos produz eritema seguido de forte prurido; e depois a pele fica ulcerada" (Ensino de Ciências, nº. 17, Março/87).

Caso esteja acordada, a vítima deve lavar imediatamente a área atingida com água abundante e sabão neutro. O mesmo deve ser feito ao se perceber alguma lesão pela manhã, para tentar diminuir os efeitos da toxina. Deve-se também ter o cuidado de não levá-la para outras áreas com os dedos que friccionaram o inseto, principalmente aos olhos. As lesões da pele podem ser tratadas com banhos anti-sépticos com permanganato e antimicrobianos. Sob orientação médica, antibióticos podem ajudar no controle de eventuais infecções secundárias, causadas por outros micro-organismos que chegam ao local ferido.


Se um potó pousar sobre sua pele, não tente esmagá-lo ou pressioná-lo. Segundo estudiosos (que nunca receberam uma "mijadinha") o bicho não é agressivo, vez que elimina a toxina somente sob ameaça. A dica é fazer com que ele "caia fora" por conta própria e lavar a área por onde ele "passeou" com água em abundância e sabão neutro.

Os potós são polífagos, ou seja, comem de tudo: de matéria orgânica em decomposição a uma grande diversidade de pequenos insetos. Já foram observados casos de canibalismo entre a espécie. E se eles não perdoam nem a própria, imaginem a nossa.

8 de julho de 2013